Mercado de cartuchos: Produtividade inabalável

Mesmo sabendo que atratividade e qualidade são pontos-chave para atender ao mercado cosmético, fornecedores de cartuchos cuidam de todos os elos envolvidos para que sua produtividade não sofra intervenções    


Já é conhecido o poder de atratividade e a influência que exerce uma embalagem na hora de o consumidor decidir sua compra no ponto de venda. Óbvio também é que esta realidade faz parte do cotidiano do mercado cosmético. Além da atração, as embalagens primárias – aquelas que acondicionam os produtos – também precisam oferecer outros atributos, como: ergonomia e praticidade. Agora, quando tratamos de embalagens secundárias, como os cartuchos, a atratividade é forte, mas elas não podem se esquecer de suas outras funções, entre elas a segurança e o transporte. Enfim, são diversos atributos com os quais os fabricantes de cartuchos – e também os de papéis-cartão utilizados em sua produção – têm de se preocupar, para conseguir atender com plenitude às exigências de um mercado que clama por evolução.

Mas e com toda esta atenção voltada para estas funções que a embalagem precisa entregar, como fica a precaução com a produtividade por parte dos fornecedores? Afinal, de nada adianta uma embalagem atrativa se ela está sendo entregue pelo fabricante ao cliente fora do prazo, comprometendo toda sua cadeia. Para esta prevenção, algumas saídas são apresentadas pelos fornecedores de cartuchos, mas todas elas estão ligadas a um ponto comum: investimentos. “Somente com investimentos em tecnologia de ponta é possível atender às constantes exigências do mercado cosmético. Nunca fomos tão desafiados nesta busca como nesses últimos anos, mas devido ao investimento em novos equipamentos e em treinamento de pessoas, estamos conseguindo aliar melhor desempenho em segurança e logística com redução de custos e ainda criando diferenciais para as embalagens de nossos clientes”, assegura Marco Schmitt, diretor Comercial da Box Print.

Fernando Sandri, diretor Industrial da Ibema, afirma que o conjunto de produtividade precisa respeitar as condições de processo para o envase do produto final, para os processos de conversão gráfica e na fabricação do papel-cartão. “Após o desenvolvimento de uma nova estrutura em papel-cartão, todos os testes precisam ser realizados para haver total segurança na aplicação da embalagem e para isso contamos com especialistas que nos ajudam a providenciar tudo o que é necessário para segurança de todos”, diz o dirigente de um dos principais fabricantes de papel-cartão do País.

Investimentos não param
Como dito, investimento segue sendo o melhor remédio para alinhar produtividade e qualidade na hora da fabricação de um cartucho, desde o primeiro momento da cadeia. Cientes desta realidade, os fabricantes do componente continuam buscando meios para seguir investindo. Marcelo C. Nadal de Oliveira, diretor da Serzegraf, conta que possui uma máquina específica para imprimir laminados, produto que considera como diferencial. “Na parte de Logística, nós mesmos entregamos, para evitar de ter problemas com terceiros. Às vezes acontece de pegarmos transportadoras que não tomam o devido cuidado e acabam batendo as mercadorias. Queira ou não, a embalagem é perecível, ela não pode chegar amassada ao destino, pois o cliente vai querer devolver”, relembra ele, que ressalta ainda que é preciso ter ciência de sua capacidade produtiva, sem exageros. “Em termos de produtividade, não dá para querer fazer grandes coisas quando não se pode. Procuramos fazer em cima do nosso potencial. Temos um nome a zelar.”

Para que a produtividade esteja sempre fluindo bem, em maquinário e em inovação é para onde devem ser direcionados os investimentos segundo Ricardo Lavezzo, diretor da Lavezzo Gráfica. “Trouxemos uma máquina recentemente que possui também o sistema de holograma e de segurança, com poder anti-falsificação. Começaremos a utilizá-la no ano que vem, para agregar na embalagem. Além disso, com os equipamentos que já temos, conseguimos ressaltar nosso diferencial, que tem sido agilidade, já que somos uma empresa compacta, porém dinâmica e ágil para atender. Temos também sistemas que possibilitam uma secagem mais rápida do material, o que impacta diretamente na produção, já que melhoramos a qualidade sem perder a produtividade”, informa ele.

Outro importante player do mercado de papel-cartão e cartuchos é a Emibra, que também está investindo em acabamentos diferenciados, visando proporcionar valor agregado aos cartuchos a um custo competitivo. “No ano de 2013, adquirimos uma máquina de corte e vinco com aplicação de hot stamping, que proporcionou maior controle da qualidade, oferecendo maior flexibilidade para os nossos clientes. Em 2014, substituímos uma de nossas impressoras por um novo equipamento da KBA, com aplicação de seis cores e verniz em linha, que produz cerca de 20% a mais comparada a anterior. Adquirimos mais uma coladeira de última geração, que aplica braile em linha para cartuchos de até 110 cm aberto”, pontua Fábio Braghiroli, diretor Comercial da Emibra, que revela ainda que, para 2015, a companhia ampliará sua planta em aproximadamente 30%, além de fazer investimentos direcionados à área de P&D.

Fernando Sandri, da Ibema, fala que o maior esforço da companhia paranaense foi na busca de disponibilidade operacional e de especialistas dedicados para a realização de testes em escala piloto e em escala industrial, além de toda a pesquisa cientifica e testes laboratoriais. “Para a Ibema, o valor maior é a prosperidade do cliente gráfico. Para isso, desenvolvemos sistemas exclusivos de logística com a criação em 2012 do CDD Araucária, que diminuiu o tempo de entrega de nossos produtos. Além disso, em 2014 lançamos o Vendas Diretas que atende ao pequeno gráfico diretamente pela fábrica. Também investimos no Distribuidor Exclusivo que representa a Ibema em sua região. Neste ano investimos em uma nova Cortadeira Pasaban, máquina com capacidade de corte de até 70 toneladas por dia, com grande precisão e livre de partículas de poeira. Fizemos também investimentos na fábrica e nas reformulações de nossos principais produtos. Tudo isso para garantir que o papel-cartão Ibema seja a melhor opção para o end-user e, em consequência, seja o produto mais rentável para o gráfico. Se eles têm sucesso nós também temos”, considera.

Fora todos atributos citados anteriormente, os fabricantes de cartuchos também têm em mente que estreitar o relacionamento com os clientes é outro fator preponderante neste mercado. No caso da Emibra, a empresa conta com uma área de Projeto e Desenvolvimento, que analisa a necessidade do cliente e oferece soluções e melhorias para que os cartuchos estejam cada vez mais atrativos, correspondendo às expectativas. “Estamos buscando estrategicamente o foco do nosso cliente e oferecer soluções que atendam às necessidades especificas de cada um”, resume Fábio.

Atuação sustentável
A sustentabilidade sempre fez parte da realidade das companhias que atuam no segmento de embalagens. Com o advento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos, mesmo que ela ainda não esteja atuando com a efetividade que promete, este mercado teve de se movimentar. Hoje, os fabricantes que trabalham com cartuchos afirmam que suas ações atuais voltadas para os cuidados com o meio-ambiente atendem aos anseios da PNRS. “Já contamos com o Selo Verde e já trabalhamos com a retirada de resíduos há um bom tempo. Temos toda a documentação e uma empresa associada e apropriada para retirar todos estes resíduos e que já nos atende há vários anos. Portanto, posso dizer que estamos plenamente preparados para atender à PNRS”, crava Ricardo, da Lavezzo. “Também estamos preparados. Na verdade, os resíduos sólidos já são cuidados por terceiros na empresa e a nossa coleta já é fiscalizada. O papel já é reciclado e o que consegue ser reciclado dos resíduos sólidos é feito, e o que não é, coletado por uma empresa homologada. Sempre cuidamos deste ponto”, corrobora Marcelo, da Serzegraf.

Preocupação com o meio-ambiente sempre foi preceito da Ibema. Fernando Sandri observa que a empresa participa ativamente junto à associação do setor, a IBÁ – Indústria Brasileira de Árvores, na construção de uma proposta conjunta com uma coalizão dos principais setores envolvidos e comprometidos com esta nova fase para o Brasil. “Para nós, é essencial que a prática seja estabelecida de forma sistemática em coerência com as instituições que atuam no setor industrial. Atualmente, todo o resíduo gerado nos processos intermediários de produção é reciclado pela indústria por ter um valor justo já estabelecido em cada setor de atuação. O desafio é valorizar os materiais reciclados pós-consumo e fazer com que as cooperativas de reciclagem se tornem ainda mais importantes. Para que possam ser utilizadas pela indústria, elas precisam realizar algumas atividades mais elaboradas”, diz.

“Sustentabilidade sempre foi e sempre será um tema muito importante para a Box Print, visto que somos a primeira gráfica do Brasil a conquistar e lançar embalagens com selo FSC e também a primeira gráfica a se tornar Carbono Neutro, o que garante que todas as embalagens de nossos clientes possam levar o selo Carbono Neutro”, complementa Marco Schmitt, da Box Print.

Mercado relevante
A evolução da qualidade dos cartuchos para os cosméticos andou lado a lado com o desenvolvimento deste mercado. As exigências dos consumidores deste segmento quanto a isso também é outro fator que contribuiu para uma melhor qualidade dos cartuchos, fazendo com que os cosméticos se tornassem peças-chave para os negócios dos fabricantes deste componente. “Acredito que o cartucho agregue muito valor na venda. Tenho clientes que estão procurando fazer um trabalho mais destacado com cartuchos laminados, com UV localizado. Mas o que tenho visto mais cuidados com acabamento é na parte de estojos”, situa Marcelo, da Serzegraf.

“O cartucho sempre é importante para a venda e a inovação acaba influenciando nisso. Uma base bem estruturada e diferenciada realmente pode aumentar as vendas, trazendo assim benefícios para a própria empresa. Para o cliente, esta embalagem é uma ferramenta de Marketing e poucos têm a noção de explorá-la bem. Por conta disso, procuramos trabalhar a afinidade com os clientes para podermos passar nossas inovações e qualidades”, concorda Ricardo, da Lavezzo, que indica as categorias Dermocosméticos e Perfumaria de prestígio como as que mais estão trabalhando no desenvolvimento de cartuchos.

Quem também enxerga mudanças e melhorias nos cartuchos para os cosméticos é Jorge Grandi, diretor Comercial da Ibema. Segundo ele, no mercado de embalagens para cosméticos, tanto brasileiro quanto os produtos importados, a principal demanda está na capacidade de se reinventaram como fornecedores, apresentando constantemente inovações e melhorias. “Isso, especialmente, nos quesitos de qualidade de impressão, qualidade de superfície e rigidez do nosso papel. A Ibema, a fim de ampliar sua participação neste mercado, investe na melhoria de seus produtos e serviços por meio da colaboração na fabricação de embalagens de alta qualidade, com a entrega de papéis de alto valor agregado. Desta forma, buscamos trabalhar em parceria com os nossos clientes na hora mais importante da venda deste tipo de produto, onde uma comunicação visual diferenciada pode influenciar diretamente na decisão de compra do consumidor final”, finaliza.
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