Novo viés para o café brasileiro: Cooxupé investe em novas indústrias e anuncia joint venture com AQIA Química Industrial

Lançamento da parceria e da linha AQIA Coffee, que disponibiliza componentes do óleo e torta de café verde para as indústrias cosmética e nutricional, aconteceu no dia 25 de agosto, em São Paulo

A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé está apostando na diversificação dos negócios, principalmente no mercado da beleza, trazendo um novo viés para o café arábica produzido nas regiões sul e cerrado mineiros e no Vale do Rio Pardo (SP). No dia 25 de agosto, a cooperativa anunciou a joint venture com a empresa AQIA Química Industrial, uma parceria que resultou na criação da linha AQIA Coffee, contendo componentes derivados do óleo e torta de café verde para a composição de novos produtos nas indústrias cosmética e, também, nutricional.

A linha AQIA Coffee contém sete tipos de componentes, em embalagens de 5, 25 e 200 quilos: Green Coffee Oil (líquido viscoso), Coffee Oil (líquido), Coffee Butter (manteiga semi-sólida e sólida), Slim Coffee (pó uniforme), Cherry Coffee Oil (líquido viscoso), Cherry Coffee MCT (líquido) e o Nutri Coffee (pó micronizado). Este último insumo deu origem ao protótipo do produto Chococoffee, chocolate que tem o pó de cacau substituído pelo pó de café. “Somos criadores de mercados e oferecemos às indústrias possibilidades e ideias para o lançamento de novos produtos”, destaca o presidente da AQIA Química Industrial, Alaor Pereira Lino. “Com a joint venture queremos dar segmento na qualidade dos trabalhos feitos pela Cooxupé e valorar a extração dos componentes do óleo e torta de café verde, abrindo portas em mercados como o de cosmético e o nutricional”, acrescenta. Essas áreas devem representar à AQIA um crescimento de 20 a 30% nos negócios até 2020.
O presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, afirma que a cooperativa está sempre atenta às novas possibilidades para sempre agregar valor ao café dos cooperados. “Investimos entre cinco e sete milhões de reais em pesquisas e na montagem de uma fábrica em Guaxupé (MG) para começarmos o processo de extração de óleo café verde para a indústria cosmética. Além do óleo tivemos uma surpresa com a torta, ou seja, o resíduo gerado durante a extração da matéria prima. Ela também está sendo utilizada em produtos com ação esfoliante, por exemplo. Estamos otimistas com esse novo modelo de negócios em que a Cooxupé é a primeira cooperativa de café do Brasil a fazer  extração da matéria prima para novos nichos de mercado”, explica.

Além de atender ao mercado brasileiro, a expectativa pela exportação da linha AQIA Coffee para a América Latina, Estados Unidos e Europa é grande, afirmam os presidentes da Cooxupé e AQIA. Hoje com faturamento de R$ 200 milhões, a AQIA Química Industrial ainda afirma que a expectativa com a joint venture é crescer R$ 10 milhões em cinco anos. Atualmente, no portfólio da empresa estão marcas como Natura, Unilever, P&G, J&J, Avon, Boticario, Embelleze, Colgate, Stiefel, Aché, entre outras.

Benefícios
Consultora do projeto, a especialista Sônia Corazza – com 39 anos de atuação na área Cosmética, em departamentos de Pesquisa& Desenvolvimento de Novos Produtos – destaca que o grão de café é extremamente rico, possuindo grande variedade de minerais, aminoácidos, lipídios, açúcares, vitaminas, cafeína e, em maior quantidade que todos os demais componentes, os ácidos clorogênicos - que são seus principais compostos bioativos. Pesquisas realizadas com renomadas instituições como UNICAMP e UNESP Araraquara mostraram que as propriedades encontradas no grão de café desempenham funções como: antioxidante, sequestrante de radicais livres, regenerador tessitular (cicatrizante), calmante (ação anti-inflamatória), protetor à pele contra os raios UV, prevenção do fotoenvelhecimento, estimulante da regeneração celular dermoepidérmica, entre outros.

“A cosmética atual e seus consumidores, cada vez mais exigentes, estão fazendo com que as empresas tenham maior atenção para algumas questões que hoje são fundamentais para a elaboração de seus produtos. Dentro deste contexto, nota-se uma busca por ingredientes que sejam polivalentes, capazes de realizar múltiplas funções ao mesmo tempo, bem como proporcionar uma experiência sensitiva intensamente prazerosa”, destaca Sônia Corazza.

Outro ponto defendido pela especialista é a procedência das matérias primas. “É de extrema importância, uma vez que componentes de origem petroquímica ou obtidos em processos danosos ao ser humano e ao planeta estão sendo banidos rapidamente das prateleiras. Os insumos do café, além de fornecerem à indústria resultados fantásticos, abrirão mais uma fonte de produtos industrializados a serem exportados para o mundo”, declara.

Sites:
www.cooxupe.com.br
www.aqia.net

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